Ontem, o website da Revista Zé Pereira publicou uma entrevista com o Bruno Safadi, diretor de "Meu Nome é Dindi", feita por Eduardo Souza Lima.
Abaixo, transcrevemos alguns trechos... clique aqui para ler a entrevista na íntegra.
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Djin Sganzerla é Dindi em "Meu Nome é Dindi"
Pra você, o que é “Meu nome é Dindi”?
“Meu nome é Dindi” é um primeiro filme de longa-metragem de ficção. Tem todo o frescor de um primeiro filme e também todos os erros. O filme é uma produção independente, sem qualquer incentivo público (...). Escolhi o caminho mais difícil, filmar um filme independente em película com resultado final em 35mm Cinemascope. E essa escolha do caminho mais difícil e o sucesso nessa empreitada é que dá ao filme uma grande força, tanto para o Presente, e acredito, quanto para o Futuro.
Por que quis fazer este filme?
Primeiro, “Meu nome é Dindi” nasce de uma necessidade vital de realização. Levo muito a sério o cinema e sua história(...) O Cinema nasceu num plano-sequência. Eu queria me aproximar dessa experimentação de fazer um filme todo em planos-sequências. (...) Houve nisso um processo radical de experimentação, pois com essa escolha houve uma inversão na ordem comum do processo da realização cinematográfica. Houve realmente uma montagem antes da filmagem(...).
O filme custou uma merreca. Como foi possível?
(...)“Meu Nome é Dindi” é um filme de Bruno Safadi, mas muito mais, é um filme de uma equipe apaixonada por fazer cinema brasileiro e que quis fazer esse filme de qualquer maneira. Faltava a essas pessoas super talentosas e experimentadas fazer um longa-metragem de alguém da sua geração. É um filme de uma nova geração. Para citar nomes, Lula Carvalho, diretor de fotografia; Leandro Lima, técnico de som; Moa Batsow, diretor de arte; Rodrigo Lima, montagem; Sofia Saadi, assistente de direção; Fulvi Costalonga, figurino; e toda uma equipe por trás dessas pessoas(...).
Há no Brasil toda uma fila de cineastas querendo fazer seu primeiro longa-metragem. Há cineastas com carreiras mais longas e premiadas do que a minha, cineastas à beira dos 40 anos que ainda não filmaram seus longas, e eu percebi que dificilmente com um roteiro de ficção chegaria lá tão cedo. Os editais não contemplam mais do que cinco cineastas “novatos” por ano. Toda essa reflexão aconteceu depois de muitas frustrações, muito trabalho e empenho financeiro jogados no lixo. Foi a partir daí que percebi que, se quisesse realizar esse meu sonho, não poderia esperar um prêmio. E percebi mais: se fizesse independente, estaria indo de encontro ao Cinema Brasileiro que mais me agrada. O cinema brasileiro de invenção, que é a grande tradição do nosso cinema. Essa percepção da independência é que foi a grande jogada(...). “Meu nome é Dindi” foi filmado em apenas uma semana. Três dias no mês de junho e depois mais quatro no mês de julho de 2006. Eram dois curtas-metragens. Filmei em 18 planos-sequências. Tinha dias da filmagem que tinha conseguido 20 minutos. Assim se faz filme rápido. Muitos minutos filmados por dia(...)
Equipe de "Meu Nome é Dindi", durante filmagem de cenas na praia,
na Restinga de Marambaia, Rio de Janeiro
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