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“O filme é dotado de grande delicadeza. Retrata a realidade de uma mulher extremamente forte, que tenta lidar com as mudanças do dia-a-dia e com a própria realidade. Por outro lado, também mostra situações de sonho e fala das vontades de superação da personagem”, diz a atriz carioca Djin Sganzerla, que interpreta Dindi (nome tirado de uma música de Tom Jobim) e que pelo filme recebeu, em 2008, o prêmio de Melhor Atriz conferido pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA).
CINE REVISTA (Adriano de Oliveira): Por que a opção de realizar um filme constituído de diversos planos-sequência unidos? Dentro da mesma questão: como foram os ensaios tendo em vista essa opção técnico-estética? Qual foi o plano que mais deu trabalho?
BRUNO SAFADI: Bom, a idéia de fazer o filme em planos-sequências partiu de uma vontade de refletir esse conceito tão caro à história do Homem que é o tempo. E esse conceito precisava passar pela linguagem cinematográfica. E uma ótima experimentação do Tempo no Cinema é o plano-sequência. O plano-sequência é um esgarçamento do tempo cinematográfico. Outro fator contribuinte para a escolha foi o econômico. Tinha uma necessidade vital de realizar um filme de longa-metragem. E não podia esperar um edital. Para isso, precisei realizar um filme independente de recursos públicos, um filme urgente, barato. E para se fazer filme barato é necessário filmar rápido. Para se filmar rápido, precisa-se de muitos minutos filmados por dia. Para muitos minutos filmados, planos longos. A partir dessas duas pré-disposições, criei toda a história e conceitos.
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